PASTORES EM MISSÕES
CIDADES, O GRANDE DESAFIO
MISSIONÁRIO DA ATUALIDADE
“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados,
ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as
enfermidades e doenças.” Mateus 9:35
Na América Latina, 73% dos habitantes moram em cidades. O
crescimento das cidades nas últimas décadas foi assombroso. O século XX começou
com 15% da população mundial vivendo nas cidades e terminou com 15% vivendo
fora das cidades. O mundo mudou e hoje a igreja cristã necessita urgentemente
de uma visão missiológica urbana. Precisamos preparar nossas igrejas para o
grande desafio missionário do século XXI, alcançar as cidades para Cristo.
A migração de mais de um bilhão de pessoas para as cidades
nas últimas duas décadas representa o maior movimento populacional da história.
As cidades representam o grande desafio para as missões cristãs devido ao seu
tamanho, sua influência e suas necessidades. Naturalmente elas são os centros
de poder político, de atividade econômica, de comunicação, de pesquisa
científica, de instrução acadêmica e de influência moral religiosa. O que
acontece nas cidades acaba por afetar uma nação inteira e o mundo caminha na
direção que as cidades seguem.
“Se Deus chamou você para a sua igreja, Ele o chamou para a
sua cidade”. Frank Damazio
A igreja está plantada na cidade com a missão de ser SAL e
LUZ para a comunidade. Lembremo-nos da palavra de Paulo: “porque se abriu para mim uma porta ampla e promissora; e há muitos
adversários”. ICo 16:9
Deus quer nos usar
como abençoadores de cidades. A igreja tem uma missão prioritária a cumprir. O
IDE DE JESUS começa na cidade onde ela está plantada.
Frank Damazio lista algumas observações bíblicas sobre as
cidades:
·
Cada
cidade tem sua personalidade e destino únicos – Ap 1-3.
·
Cada
cidade tem seu próprio choro que sobe aos céus. Deus ouve esse choro – Gn
18:21; Is 14:3.
·
Deus
mede, limita e julga a integridade de cada grito – Mt 11:20-24; 23:35-38
·
Deus
usa vários meios para falar claramente a cada cidade – Pv 1:20-21; 8:1-7; Mq
6:9.
·
Deus
prepara, unge e envia ministérios adequados a cada cidade – Jn 1:2; Lc 9:51-56.
·
Deus
tem uma chave-mestra para cada cidade – At 14:27; IICo 2:12.
·
Deus
coloca a igreja na brecha e faz com ela interceda pela cidade – Gn 18:19; Ez
9:1-7; 22:30,37.
·
Deus
ensina a igreja a se relacionar com a cidade – Ap 1-3
Pastores no Contexto Urbano
Necessitamos, como líderes de igrejas no contexto urbano,
tomar algumas decisões importantes:
1. Decidir fazer uma séria pesquisa
sócio demográfica do contexto onde a igreja encontra-se inserida.
2. Decidir desenvolver um ministério
centrado na comunidade, no ministério do leigo e nos dons do Espírito.
3. Decidir saturar a comunidade local
com o Evangelho de Cristo.
4. Decisão de mover para fora das
quatro paredes da igreja local.
5. Decisão de proclamar o Evangelho
pela voz e pela vida, testemunhando em palavras e em obras, na missão integral
da igreja.
6. Decisão de jamais barganhar o
Evangelho da Graça, em nenhuma circunstância.
7. Decisão de executar seriamente a
tarefa da grande comissão do Senhor: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações...” Mt 28:19 – Gildásio Reis.
Como pastores nas cidades, nosso coração deve buscar a
identificação que Jesus possuía em fazer a vontade do Pai.
“Mas ele lhes disse: Tenho algo para comer que vocês não
conhecem [...] Disse Jesus: a minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou e concluir a sua obra”. Jo 4:32,34
Tocaremos nossas cidades, na medida em que formos tocados
pelo Espírito Santo, Ele derramará em nós a compaixão necessária para a missão
urbana. Em Mt 9:36 temos as características do homem urbano: aflitos, exaustos
e desorientados. Para alcançá-los, necessitamos ter um coração apaixonado por
Deus e pelos moradores da nossa cidade.
Ao compartilhar sobre a paixão que Jesus possuía, Frank
Damazio afirma:
“Essa era a fonte
oculta de Seu sustento, a energia que O conduzia adiante, o bem oculto que
sempre acompanhava”.
A igreja do século XXI necessita de uma paixão bíblica:
·
Uma
paixão que agarre todas as oportunidades de colheita – Jo 9:35.
·
Uma
paixão que vigie atentamente a colheita – Jo 4:35.
·
Uma
paixão que ceife a colheita com determinação – Jo 4:35.
·
Uma
paixão que guarde a colheita imediatamente – Jo 4:36.
·
Uma
paixão que se dedique cuidadosamente à colheita – Jo 4:36.
·
Uma
paixão que ame profundamente a colheita – Jo 4:36.
DEUS SÓ NOS PEDE O
NOSSO CORAÇÃO (Dai-me o teu coração...)
Isto deve levar a
igreja urbana a adotar uma filosofia de colheita:
·
Uma
filosofia que faça com que o crente sinta-se motivado para afiar sua foice e
preparar-se para uma colheita como jamais se viu.
·
Uma
filosofia que creia que a igreja é um lugar de crescimento, força e entusiasmo,
um lugar determinado por Deus para ser um poder dominante entre os homens. Deus
não se agrada com um trabalho missionário ou de evangelização que não contribua
para o crescimento da igreja.
·
Uma
filosofia que aborde de forma positiva uma sociedade que vive negativamente.
·
Uma
filosofia que represente uma atitude de fé, pois toda a resposta está em Cristo
e a Ele, e somente a Ele pertence a colheita.
·
Uma
filosofia que creia na vitória e no triunfo supremo da igreja como instrumentos
de que Deus dispõe para realizar Seu plano e propósito eternos. Este plano
pressupõe que a casa de Deus ficará repleta de almas de todas as camadas
sociais.
·
Uma
filosofia que creia que uma vez que Deus, conforme está revelando na Bíblia,
elegeu como Sua mais alta prioridade levar homens a uma relação viva com
Cristo, podemos definir nossa missão, como sendo uma obra dedicada a proclamar
as boas novas de Jesus Cristo e a persuadir os homens para que se tornem Seus
discípulos e membros fiéis de sua igreja.
·
Uma
filosofia que veja o mundo como a lavoura de Deus. O Evangelho do Reino precisa
chegar até o último habitante deste planeta, seja ele quem for, esteja onde
estiver...
·
Uma
filosofia que creia que, como servos de Cristo, estamos eternamente salvos
diante de Seu trono; mas, não obstante, somos responsáveis pelo Evangelho que
nos foi confiado e pelas almas que estão sob nossa guarda e que dependem de
nosso testemunho.
·
Uma
filosofia que creia que, na volta de Cristo e na ressurreição dos mortos, toda
a criatura humana ganhará os céus ou será condenada ao fogo do inferno,
dependendo de ter aceitado ou não a Jesus Cristo.
O Perfil do Homem Urbano
A vida na cidade influencia profundamente o homem moderno
produzindo um novo perfil o qual o identifica. John Dawson levanta 12 fatores
que nos ajudam a retratar o homem urbano.
A partir deste perfil podemos definir estratégias para
chegar ao coração destas pessoas:
1. As autoridades são distantes e
insensíveis. O cidadão se sente
impotente.
2. A maioria das pessoas é
desconhecida do indivíduo. Ele se sente
sozinho.
3. A diversidade de linguagens e tipos
humanos é tão grande que ele perde seu senso de segurança e de identidade
própria. Ele se sente vulnerável.
4. Em meio a essa diversidade, existe
uma cultura comercial universal constituída de cadeias de restaurantes, de
lojas, de shopping, de teatros e de estilos arquitetônicos, que cria uma
uniformidade urbana nacional, que acaba sufocando a cultura regional. Ele se sente perdido.
5. O cidadão da região metropolitana
se vê dominado por uma mídia poderosa, que constantemente bombardeia seus sentidos
com mensagens massificantes. Sente-se
conduzido.
6. A especialização funcional é
praticada a tal extremo que os membros de uma mesma família levam uma vida
completamente diversa uns dos outros, em ambiente e horários diferentes. Se
quiserem gozar de maior proximidade entre si, terão de fazer um esforço
deliberado nesse sentido. O indivíduo
sente-se rejeitado.
7. O cidadão urbano tem um número tão
grande de opções de entretenimento, de produtos a ser adquiridos e de estilos
de vida, que a angústia de não saber o que escolher sufoca a perspectiva de
felicidade oferecida pelo enriquecimento. Ele
se sente confuso.
8. Devido a uma enorme sobrecarga de
informações, o cidadão perde o apetite pelo verdadeiro conhecimento. Ele se sente tolo.
9. A rapidez nas mudanças de emprego
ou de moradia destrói todas as formas de relacionamento duradouro. A maioria de
suas amizades é de curta duração. Ele se
sente inseguro.
10. Noite e dia, ele se vê cercado por uma agitação constante, que
parece indicar que outros estão em ação, na busca de enriquecimento ou de
sucesso. Em meio a tanta agitação é difícil relaxar perfeitamente. Ele sofre de stress e ansiedade.
11. No mercado de trabalho, ele só tem valor por suas habilidades e
pelo que produz. Se não atinge certo padrão é posto de lado como uma máquina
imprestável. Sente-se usado.
12. Os interesses coletivos limitam-se
à promoção de produtos de consumo. Todos os demais valores pertencem à esfera
particular. Ele não vê sentido para a
vida.
Pontos Importantes a Considerar
1. As estratégias para conquistar
nossas cidades devem nascer à esfera espiritual e ser estrategicamente
implementada por meios espirituais.
“Primeiro o espiritual, depois o natural. Primeiro
conquistamos nosso território pela invasão espiritual, depois mediante canais
naturais. Um dos primeiros passos para estabelecer uma atmosfera de igreja que
evangeliza cidades é determinar a prioridade da oração intercessora na igreja,
em cada crente e em toda a Igreja Urbana. É ridículo pensar que podemos ter
qualquer possibilidade de tocar nossas cidades sem nos tornarmos poderosos na
oração”. Frank Damazio
Orações chaves
A. ARREPENDIMENTO
·
Daniel
9:4-9 – Pedir perdão pelos pecados que tiveram lugar em nosso estado, em nossa
cidade e os pecados de comissão e omissão da Igreja de Cristo na cidade.
B. PETIÇÃO
·
Derramamento
espiritual de graça e poder;
·
Despertamento
espiritual;
·
Visitação
do Senhor sobre a cidade;
·
Redenção
de famílias;
C. RESISTÊNCIA
·
Às
obras do diabo contra a vida dos habitantes das cidades;
·
Às
forças do mal que invadiram a cidade;
·
A
determinados espíritos que dominam a cidade.
2. Para orar com clareza pela cidade é
importante a realização de uma pesquisa histórica e mapeamento espiritual.
A função do mapeamento vai além do que a coleta de dados,
ele não se faria necessário se suas ações se resumissem apenas a isso. Essa
ferramenta, como se pode classificar o mapeamento espiritual, nos permite ter
uma visão panorâmica sobre como e o que orar. Podemos usar o exemplo de Neemias
quando se dispôs a reconstruir os muros de Jerusalém (Neemias 1 e 2).
Primeiramente, ele foi sozinho fazer o “reconhecimento” da área, olhou para a
situação, analisou e conheceu em qual terreno estava pisando, depois partiu
para o planejamento.
O mapeamento nos traz essa visão privilegiada e panorâmica
da situação e do terreno onde estamos pisando. Precisamos ter uma visão clara
de como está e como é a nossa cidade, bairro ou região, eliminamos muito do que
“achamos” e partimos da premissa do que ela é e como está, para onde Deus quer
que ela esteja.
“O mapeamento específico é para o intercessor o que o Raio
X é para o médico: um instrumento de diagnose da realidade específica que
caracteriza a nossa comunidade, não é um fim é um meio – o meio para atingirmos
nosso objetivo – A evangelização, a conquista de almas para Cristo”. Frank
Damazio.
Na apostila AMAI – INTERCESSÃO PELAS CIDADES há uma série de
perguntas que podem auxiliá-lo no início desta pesquisa.
Outra estratégia de oração pelas cidades são as CAMINHAS DE
ORAÇÃO.
“O propósito da caminhada de oração é proteger ainda mais
as fronteiras espirituais, abençoar as pessoas e lugares, interceder,
colocar-se na brecha... Abrir o caminho para que o Evangelho avance com poder
(At 2:46-47). [...] Quando começarmos a proteger nossas fronteiras mediante a
caminhada de oração, invadiremos o território de satanás e vamos discernir o
mal contido nele com uma sensibilidade aumentada em relação às forças malignas.
Vamos entrar em territórios ocupados por satanás durante logos períodos de
tempo, sem intrusos ou confrontos. Vamos tornar-nos a voz de Deus e o
instrumento para derrotar esses poderes, estabelecendo uma cabeça de ponte para
que o poder do Evangelho avance. Colocar justos nas ruas das nossas cidades de
modo estratégico e consistente pode ser a maneira mais eficaz de evangelizar
uma cidade inteira”. Frank Damazio
3. É importante a Igreja olhar a
cidade como seu campo missionário e buscar, em Deus, caminhos para abençoá-la e
transformá-la, estabelecendo projetos voltados para a comunidade.
Alcançar instituições, casas de saúde, atender os excluídos
sociais, ministrar às crianças da cidade, são algumas das frentes que a igreja
precisa olhar com amor e ouvir do Senhor em quais pode atuar.
“A Igreja da cidade é responsável por ministrar
continuamente aos pobres. Se, porém, cuidarmos deles, mas negligenciarmos em
contar-lhes as boas novas de Jesus Cristo, teremos falhado em nossa missão. Se
pregarmos o Evangelho aos pobres, mas ignorarmos suas condições miseráveis,
teremos fracassado em relação a Cristo. O desafio é fazer ambas as coisas,
ainda que isso seja por vezes complicado e frustrante”. Frank Damazio
·
Levantar
um grande e atuante movimento de oração em prol da cidade;
·
Alcançar
toda a região onde a igreja está localizada através da estratégia: EVANGELISMO
E ORAÇÃO;
·
Envolver
a igreja em missões urbanas a partir de sua própria cidade.
PASTOR ROBERTO ANASTÁCIO
Dias 01, 02 e 03 de Setembro.
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